27 de março de 2015

Lição 1 - A primeira vinda de Jesus de 28 de março a 4 de abril


Sábado à tarde - Ano Bíblico: 1Sm 17–19


VERSO PARA MEMORIZAR:

“Para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1:37).

Leituras da Semana:

Lc 1:2, 3; 2Tm 3:16; Lc 1:5-22; Dt 18:15; Lc 2:9-12, 25-32

O evangelho de Lucas foi escrito primariamente para os gentios. O próprio Lucas era gentio (como está implícito no contexto de Colossenses 4:10-14), e o mesmo se pode dizer de Teófilo, a quem o evangelho foi endereçado.

Além de ser médico, Lucas era um historiador meticuloso. Na introdução do evangelho, ele localizou Jesus na história real, isto é, colocou a narrativa dentro do contexto histórico da época: Herodes era o rei da Judeia (Lc 1:5), César Augusto reinava sobre o Império Romano (Lc 2:1) e um sacerdote cujo nome era Zacarias estava cumprindo seu turno no templo de Jerusalém (Lc 1:5, 9). No capítulo 3, Lucas mencionou seis datas contemporâneas relacionadas ao ministério de João Batista, o precursor de Jesus.

Assim, Lucas colocou a história de Jesus dentro da História, com pessoas reais e no tempo real, para afastar de sua narrativa qualquer ideia mitológica. Seus leitores devem ficar maravilhados com o fato de que Jesus é real e de que, por meio dEle, Deus invadiu a História com “o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:11).

Domingo - Ano Bíblico: 1Sm 20–23

“Uma exposição em ordem” (Lc 1:1-3; At 1:1-3)


Atos 1:1 nos diz que, antes que esse livro fosse escrito, seu autor escreveu “o primeiro livro”. Isso, além do fato de que ambos os relatos foram endereçados a Teófilo, nos ajuda a concluir que um só autor foi o responsável por ambos os livros. Os dois relatos podem ser considerados a parte 1 e a parte 2 da “Origem e História da Igreja Cristã”. A parte 1 é uma narrativa da vida e obra de Jesus (o Evangelho de Lucas) e a parte 2 (Atos dos Apóstolos) é um relato da propagação da mensagem de Jesus e da igreja primitiva.

1. Como o Evangelho de Lucas foi escrito? Leia Lucas 1:2, 3 e 2 Timóteo 3:16.

Lucas tinha conhecimento de muitos que haviam escrito sobre os eventos que abalaram tanto a cidade de Jerusalém como outros locais além de suas fronteiras: os eventos relativos a Jesus Cristo. As fontes de tais obras literárias incluíam muitas “testemunhas oculares e ministros da Palavra” (Lc 1:2) – uma clara referência aos discípulos e a outros contemporâneos de Jesus. O próprio Lucas teve contato com essas testemunhas e ministros (como Paulo e outros líderes apostólicos), e possivelmente também com os evangelhos escritos por Marcos e Mateus. Lucas, obviamente, não foi uma testemunha ocular da história de Jesus, mas foi um autêntico converso a Cristo, digno de confiança.

Mateus escreveu para um público judeu, apresentando Jesus como o grande mestre, o cumprimento das profecias e o rei dos judeus. Referiu-se muitas vezes a profecias do Antigo Testamento que se cumpriram em Cristo. Marcos escreveu para um público romano sobre Jesus como um homem de ação. Lucas, um médico gentio, escreveu para os gregos e os gentios sobre Jesus como uma figura universal – o Salvador do mundo. Lucas mencionou que seu propósito ao escrever era duplo: apresentar uma “exposição em ordem” (Lc 1:3) e mostrar a certeza dos grandes ensinos desse novo tempo. Um dos objetivos de seu evangelho é proporcionar certeza sobre a verdade tal qual é em Jesus.

Lucas, escritor bíblico inspirado, usou material de outras pessoas em seus escritos. Obviamente, esse uso de outras fontes não nega a inspiração nem a autoridade do que ele escreveu. Que lições isso deve ter para nós, como adventistas do sétimo dia, com respeito à questão de como a inspiração, canônica ou não canônica, atua nos escritores inspirados?

Ele viveu por você! Esse é o tema de hoje no programa da Semana Santa. Abra sua casa ou participe em algum pequeno grupo.

Segunda - Ano Bíblico: 1Sm 24–27

“A quem darás o nome de João”


Por quase 400 anos, depois de Malaquias, o silêncio divino marcou a história de Israel. Com o anúncio do nascimento de João Batista e de Jesus o silêncio divino estava prestes a ser quebrado.

As histórias do nascimento de João e de Jesus têm paralelos. Os dois nascimentos são milagres: no caso de João, Isabel já tinha passado havia muito tempo da idade de ter filhos; no caso de Jesus, uma virgem teria um filho. O anjo Gabriel anunciou as duas promessas de nascimento. Ambos os anúncios foram recebidos com assombro, alegria e entrega à vontade de Deus. Os dois bebês cresceriam e se fortaleceriam no Espírito (Lc 1:80; 2:40).

Mas a missão e o ministério desses dois bebês miraculosos seriam distintos e diferentes. João deveria preparar o caminho para Jesus (Lc 1:13-17). Jesus era o “Filho de Deus” (v. 35) e o cumprimento das profecias messiânicas (v. 31-33).

2. Leia Lucas 1:5-22. Embora seja dito que Zacarias andava “irrepreensivelmente”, sua falta de fé no anúncio do anjo motivou uma repreensão. Como isso nos ajuda a compreender o significado da palavra “irrepreensível” quando aplicada a alguém que crê em Jesus?

“O nascimento de um filho a Zacarias, como o do filho de Abraão, e o de Maria, visava a ensinar uma grande verdade espiritual, verdade que somos tardios em aprender e prontos a esquecer. Somos por nós mesmos incapazes de fazer qualquer bem; mas o que não somos capazes de fazer, o poder de Deus há de operar em toda pessoa submissa e crente. Por meio da fé foi dado o filho da promessa. Mediante a fé é gerada a vida espiritual, e somos habilitados a realizar as obras da justiça” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 98).

O milagre de João teve um propósito importante no trato de Deus para com Seu povo. Depois de 400 anos de ausência profética na história de Israel, João apareceu nessa história com uma mensagem específica e com poder decisivo. A missão e a mensagem de João era “deixar um povo preparado para o Senhor” (Lc 1:17, NVI). Ele devia ser o precursor do Messias, aquele que prepararia o caminho para a missão de Jesus.

Ore por decisões que serão tomadas durante a Semana Santa e participe hoje da reunião mais próxima de sua casa.

Terça - Ano Bíblico: 1Sm 28–31

“A quem chamarás pelo nome de Jesus”


O nascimento de Jesus não foi um acontecimento comum. Foi marcado no calendário eterno de Deus, e “vindo … a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4:4). Ele é o cumprimento da primeira promessa que Deus fez no Éden, após a entrada do pecado (Gn 3:15).

3. De que forma, nas passagens abaixo, o nascimento de Jesus aparece como um incrível cumprimento da profecia? O que isso nos diz sobre a razão pela qual devemos aprender a confiar em todas as promessas de Deus? Dt 18:15; At 3:22-24; Is 7:14; Mt 1:22, 23; Mq 5:2; Lc 2:4-7

Seis meses depois de Gabriel ter anunciado a Zacarias o futuro nascimento de João, ele anunciou a Maria de Nazaré um milagre ainda maior: o de que ela, uma virgem, conceberia e daria “à luz um filho, a quem [chamaria] pelo nome de Jesus” (Lc 1:31).

O nascimento virginal de Jesus é totalmente contrário à natureza, e não pode ser explicado pela natureza nem pela filosofia naturalista. Até Maria perguntou: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (v. 34). O anjo assegurou a ela que isso seria obra do Espírito Santo (v. 35) e que “para Deus não haverá impossíveis” (v. 37). A submissão imediata e fiel de Maria foi notável: “Que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (v. 38). Toda pergunta humana, não importa quão natural ou lógica seja, precisa dar lugar à resposta divina. Seja no caso da criação ou da cruz, da encarnação ou da ressurreição, da queda do maná ou do derramamento do Pentecostes, a iniciativa divina requer a entrega e aceitação humanas.

Enquanto Maria respondeu à sua própria pergunta com submissão e entrega à soberania e ao eterno propósito de Deus, Gabriel a tranquilizou com outra grande resposta: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (v. 35).

Algumas culturas seculares têm sido forçadas a crer que tudo, em última análise, tem uma explicação naturalista e científica. Por que essa é uma visão estreita, e até superficial, da grandeza da realidade?

Convide um amigo para ir ao seu pequeno grupo para que orem e estudem juntos a Bíblia Sagrada.  

Quarta - Ano Bíblico: 2Sm 1–4

A manjedoura de Belém


Lucas começou o relato da manjedoura de Belém com uma referência histórica. José e Maria saíram de sua casa em Nazaré para viajar até sua cidade natal, Belém, devido a um recenseamento decretado por César Augusto, imperador de Roma, quando Quirino era governador da Síria. Esses detalhes históricos devem levar o estudante da Bíblia a apreciar a submissão de Lucas ao Espírito Santo, que o levou a registrar os detalhes da Encarnação dentro da estrutura da História.

4. Reflita sobre a pobreza de Jesus conforme vista em Lucas 2:7. Compare a imagem de “panos” (NVI), da “manjedoura” e de que “não havia lugar […] na hospedaria” com a descrição feita por Paulo, em Filipenses 2:5-8, sobre a condescendência de Jesus. Que tipo de estrada Ele teve de palmilhar por nós?

A história das circunstâncias pobres em que o Senhor do Céu Se encarnou continua com os primeiros visitantes que foram à manjedoura: os pastores. A “boa-­nova de grande alegria” (Lc 2:10) não foi dada aos ricos nem aos poderosos, nem aos escribas nem aos sacerdotes, nem aos governantes nem aos potentados que tinham domínio sobre o território, mas aos humildes e desprezados pastores. Observe a majestade e a simplicidade da mensagem: “Nasceu um Salvador para vocês na cidade de Davi. Ele é Cristo, o Senhor, o Ungido. Vocês O encontrarão envolto em panos” (tradução do autor). O mais precioso dom do Céu veio numa embalagem simples, como frequentemente ocorre. Mas o presente trouxe “glória a Deus”, “paz na Terra” e “boa vontade para com os homens” (v. 14, ARC).
O relato de Lucas com respeito ao anjo (Lc 2:9-12) apresenta três assuntos vitais da teologia cristã. Primeiro, a boa-nova do evangelho é para “todo o povo”. Em Jesus, judeus e gentios se tornam um só povo de Deus. Segundo, Jesus é o Salvador; não há nenhum outro.
Terceiro, Jesus Cristo é o Senhor. Esses três temas, tão claramente estabelecidos no princípio dos escritos de Lucas, se tornaram, mais tarde, o alicerce da pregação apostólica, particularmente a de Paulo.

Pense sobre aquilo que cremos como cristãos: o Criador de todas as coisas (Jo 1:1-3) não só entrou neste mundo caído como um ser humano, mas também viveu uma vida dura, que terminou numa cruz. Se cremos realmente nisso, por que todos os aspectos de nossa vida devem ser vividos em submissão a essa verdade? Que partes de sua vida refletem sua crença na história de Jesus, e quais partes não a refletem?

O tema de hoje na Semana Santa é Ele Se entregou por você. Envolva-se e seja abençoado.

Quinta - Ano Bíblico: 2Sm 5–7

Os que deram testemunho a respeito do Salvador 


Embora estivesse escrevendo primariamente para os gentios, Lucas estava ciente da importância da herança judaica transmitida por meio do Antigo Testamento. Ele teve o cuidado de ligar a história do Novo Testamento com o Antigo, e apresentou a bela cena de Maria e José circuncidando o bebê Jesus ao oitavo dia e levando-O ao templo de Jerusalém, tudo de acordo com a lei judaica (Lc 2:22-24).

5. Leia Lucas 2:25-32. Note três pontos concernentes à teologia da salvação que Simeão enfatizou: a salvação é através de Jesus; a salvação é preparada por Deus; a salvação é para todos os povos, tanto para os gentios como para Israel. Como essas verdades estão relacionadas à mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:6, 7?

A profecia de Simeão também predisse dois aspectos significativos do ministério de Jesus.

Primeiro, Cristo estava “destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel” (Lc 2:34). Sim, Cristo trouxe luz e salvação a todos, mas não sem um custo para quem as recebe. Com Cristo não há posição neutra: ou a pessoa O aceita ou O rejeita, e a salvação depende da resposta apropriada. Cristo exige exclusividade: ou permanecemos nEle, ou não. Aqueles que permanecerem nEle ressuscitarão e farão parte de Seu reino; os que O rejeitarem ou ficarem indiferentes a Ele tombarão e perecerão sem esperança. A fé em Cristo é inegociável.

Segundo, Simeão profetizou para Maria: “Uma espada traspassará a tua própria alma” (Lc 2:35). A referência foi, sem dúvida, à morte de Jesus na cruz, que Maria iria testemunhar. Maria e todas as gerações que vieram após ela deviam se lembrar de que sem a cruz não há salvação. A cruz é o eixo em torno do qual gira todo o plano da salvação.

A salvação é um presente no sentido de que não podemos fazer nada para merecê-la. Contudo, mesmo assim, ela pode ter um custo muito grande para aqueles que a aceitam. Qual foi o preço que você já teve que pagar por seguir a Cristo, e por que esse preço é muito pequeno?

Comemore conosco! A programação da Semana Santa está comemorando 45 anos de existência. Esse programa tem abençoado a vida de muita gente!

Sexta - Ano Bíblico: 2Sm 8–10 

Estudo adicional


“Lucas, o autor do evangelho que tem seu nome, era médico-missionário. Nas Escrituras ele é chamado ‘o médico amado’ (Cl 4:14). O apóstolo Paulo ouviu falar de sua habilidade como médico, e o procurou como a alguém a quem o Senhor havia confiado uma obra especial. Obteve sua cooperação, e por algum tempo Lucas o acompanhou em suas viagens de um lugar para outro. Depois de certo tempo, Paulo deixou Lucas em Filipos, na Macedônia. Ali ele continuou a trabalhar por vários anos, tanto como médico, como na qualidade de professor do evangelho. Em sua obra médica, ministrava aos enfermos, e orava então para que o poder restaurador de Deus repousasse sobre os aflitos. Assim o caminho era aberto para a mensagem evangélica. O êxito de Lucas como médico concedeu-lhe muitas oportunidades para pregar Cristo entre os gentios. É o plano divino que trabalhemos como os discípulos fizeram” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 140, 141).

Perguntas para reflexão

1. Se Lucas, ao escrever seu evangelho, levou em conta materiais publicados anteriormente, como devemos entender a inspiração das Escrituras (2Tm 3:16)? Como a inspiração atua? Ver, de Ellen G. White, “A Inspiração dos Escritores Proféticos”, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 15-23.

2. O nascimento virginal ocorreu por obra de Deus, e é marcado por Seu mistério, Sua majestade e Sua missão. Também está além da compreensão humana. Mas a pergunta é: Que importa isso? Quantas coisas seculares também estão além da compreensão humana? Se Deus de fato existe, e se Ele tem o poder de criar e sustentar o Universo, o nascimento virginal estaria além de Seu poder? Afinal de contas, veja o que o anjo disse a Maria após lhe dar a incrível notícia: “Pois para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1:37).

3. Um entrevistador de TV disse que, se tivesse oportunidade, a pessoa que ele mais gostaria de entrevistar seria Jesus, e que faria apenas uma pergunta: “O Senhor de fato nasceu de uma virgem?” Por que essa pergunta e sua resposta são tão importantes? 

Respostas sugestivas: 1. Lucas escreveu seu evangelho usando relatos escritos por testemunhas oculares e por ministros da Palavra (os apóstolos). 2. A palavra “irrepreensível” não significa que a pessoa tenha perfeição absoluta, mas que ela busca de todo o coração andar segundo a vontade de Deus. 3. O primeiro par de passagens apresenta o nascimento de Cristo como um profeta procedente do povo judeu, fato predito por Moisés; o segundo, o nascimento virginal, predito por Isaías; o terceiro, o local do nascimento de Cristo, predito por Miqueias. 4. A estrada da suprema abnegação. 5. O fato de a salvação ser através de Jesus está relacionado ao evangelho eterno, já que o evangelho é centralizado em Jesus; a verdade de que a salvação é preparada por Deus está relacionada à verdade de que Deus deve ser temido e receber a glória, porque proveu o evangelho; e o fato de que a salvação é para todos os povos está relacionado à verdade de que este evangelho eterno deve ser pregado a todos os povos.

A morte de Cristo foi um evento marcante na História. Ele morreu por você é o tema de hoje da Semana Santa. Vá a uma igreja ou pequeno grupo perto de sua casa!

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