8 de dezembro de 2014

Lições Adultos Carta de Tiago

Lição 11 - Preparando-se para a colheita

Sábado à tarde



VERSO PARA MEMORIZAR:

“Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:8).

Leituras da Semana:

Tg 5:7-12; Rm 13:11; 1Co 3:13; Lc 7:39-50; Cl 4:6 

Nos tempos greco-romanos (assim como em alguns lugares ainda hoje), um turbilhão de atividades precedia a chegada de um dignitário visitante. Ruas eram preparadas, vitrines de lojas eram limpas, flores eram plantadas e a prevenção da criminalidade aumentada. Todo esforço era dirigido para garantir que o lugar parecesse perfeito quando a autoridade chegasse.

A palavra grega parousia, usada em Tiago 5:7, 8 e em todo o Novo Testamento para se referir à “vinda” de Cristo, é uma expressão técnica para a chegada de um rei ou dignitário. Se tais preparações precediam a chegada de governantes terrestres, não devemos fazer todos os esforços para preparar nosso coração para a vinda de nosso Senhor e Salvador?

Mas como podemos nos preparar se não sabemos o “dia e hora” (Mt 24:36)? Que significa o fato de que devemos ser pacientes e fortalecer nosso coração? Como isso se relaciona com a ideia da “chuva temporã e serôdia” (Tg 5:7)? Embora nos textos para esta semana o contexto pareça ser o fim dos tempos, a mensagem básica é igualmente relevante para os cristãos em qualquer época. Ao longo da nossa história e até mesmo em nossa vida agora, enfrentamos provações e sofrimento que exigem que permaneçamos firmes na fé, como fizeram os profetas do passado.

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Domingo


Esperando a “chuva”


Os agricultores dependem diretamente das condições do tempo para sua subsistência. Se o clima estiver muito seco ou muito chuvoso, muito frio ou muito quente, sua lavoura será prejudicada. Nos países mais secos, como Israel, a margem de segurança é ainda menor, e a importância de chuva abundante nos tempos apropriados é significativamente maior. Seja cultivada em uma pequena fazenda da família ou numa grande propriedade, a colheita e seu valor subsequente dependem diretamente da chuva.

A chuva temporã, que geralmente cai em outubro e novembro, umedece o solo e o prepara para o plantio e germinação. A chuva serôdia, por volta de março ou abril, amadurece o produto para a colheita.

1. Leia Tiago 5:7 (compare com Dt 11:14; Jr 5:24; 14:22; Jl 2:23). Que ponto essas passagens do Antigo Testamento apresentam sobre a chuva? Por que Tiago usou essa imagem em conexão com a vinda do Senhor? Veja também 
Os 6:1-3; Jl 2:28, 29

“Sob a figura das chuvas temporã e serôdia, que caem nas terras orientais ao tempo da semeadura e da colheita, os profetas hebreus predisseram a dotação de graça espiritual em medida extraordinária à igreja de Deus. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi o começo da primeira chuva, ou temporã, e glorioso foi o resultado. [...] Perto do fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça espiritual é prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do homem. Esse derramamento do Espírito é comparado com a queda da chuva serôdia; e é por esse poder adicional que os cristãos devem fazer suas petições ao Senhor da seara ‘no tempo da chuva serôdia” (Zc 10:1, ARC; Ellen G. White, O Cuidado de Deus, p. 212).

Jesus Se referiu à “ceifa” no “fim do mundo” (Mt 13:39). Marcos 4:26-29 apresenta um quadro muito semelhante ao de Tiago 5:7. O agricultor espera que o grão amadureça: “primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga.

E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa” (Mc 4:28, 29). Só na época da colheita é possível fazer distinção entre o trigo e o joio (Mt 13:28-30; comparar com Ml 3:17, 18).

Como devemos viver nossa fé agora, antes da colheita?

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Segunda



Será que está realmente “próxima”?


Tiago 5:8 afirma que a vinda de Cristo está “próxima” ou que ocorrerá “logo” (NTLH). Mas, depois de quase dois mil anos (tomando como ponto de partida o ministério de Cristo ou a data em que a epístola foi escrita), como devemos entender essa promessa?
Jesus descreveu o futuro reino (Mt 4:17; 10:7; 24:33) por meio de parábolas para ensinar em termos compreensíveis as “coisas celestiais”. Um minucioso estudo dessas parábolas revela que o reino tem dois aspectos: a realidade espiritual, no presente, e a realidade gloriosa, ainda no futuro. Todos os apóstolos fixaram sua esperança na vinda iminente de Jesus (Rm 13:11; Hb 10:25; Tg 5:9), mas eles nunca identificaram exatamente quando isso ocorreria. Queriam saber quando seria, mas Jesus explicou que não era conveniente que eles tivessem essa informação (At 1:6, 7). Afinal, quão zelosos eles seriam em compartilhar o evangelho se soubessem que a obra não estaria concluída em quase dois mil anos?

2. O que Tiago quis dizer ao declarar: “Fortalecei o vosso coração” (Tg 5:8)? Por que o esperado fruto é chamado “precioso” (timios; v. 7)? Veja 1Ts 3:13; 2Ts 3:3; 1Pe 1:19; 1Co 3:12

A palavra fortalecer ou [estabelecer] vem do termo grego stērizō, que significa “fixar firmemente” ou “fortalecer”. Nosso coração deve estar tão apegado ao Senhor que não possa ser movido, apesar das pressões contra ele. Ser confirmado na verdade (2Pe 1:12), resistir às tentações e suportar provas e sofrimento por causa de nossa fé (At 14:22): tudo contribui para o fortalecimento do coração.

O crescimento espiritual é um processo que nem sempre é fácil, mas que produz o “precioso fruto”. Os crentes, redimidos pelo “precioso [timios] ... sangue de Cristo” (1Pe 1:19), são de valor infinito para o “Agricultor” celestial. A palavra timios também é usada para descrever as “pedras preciosas” que simbolizam os cristãos que são “edificados” em Cristo, a Pedra fundamental do templo espiritual de Deus, a igreja (1Co 3:11, 12). Por outro lado, Paulo compara os crentes instáveis a madeira, feno e palha, que não duram e, finalmente, serão consumidos pelo fogo na vinda de Cristo (1Co 3:12-15). Portanto, é importante perguntar a nós mesmos, se nossas energias estão realmente voltadas para o que e quem é mais precioso para nós.

“Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará” (1Co 3:13). Considere sua vida. Que tipo de obra ela demonstra?


Terça


Queixas, murmurações e crescimento


Quando será a segunda vinda de Jesus? Por que ainda estamos aqui? Não é de surpreender que agora, no século 21, tenhamos céticos e escarnecedores.

Na história da igreja, isso não é novidade. As ameaças mais perigosas para Israel ao longo de sua história não vieram de seus inimigos, mas de suas próprias fileiras e do próprio coração do povo. Da mesma forma, à medida que se aproxima a vinda do Senhor, “temos muito mais a temer de dentro do que de fora. [...] A incredulidade com que se contemporiza, as dúvidas expressas, as sombras acariciadas, animam a presença dos anjos maus e abrem o caminho para a execução dos ardis de Satanás” (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 156).

3. Tiago 5:9 adverte: “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.” Você teve queixas ou lamentações contra pessoas, ou contra a igreja? Havia uma boa causa para isso? Você lidou com o assunto com mansidão, humildade e perdão, como Deus lida conosco (Lc 7:39-50), ou usou os padrões do mundo?

Pelo que lemos anteriormente nessa epístola, parece que havia sérios desafios entre os fiéis, incluindo favoritismo [ou acepção de pessoas] (Tg 2:1, 9), perversos pensamentos (2:4), maledicência de uns para com os outros (3:10; 4:11), inveja (3:14), contendas (4:1) e mundanismo (4:4, 13, 14). De forma consistente, Tiago nos conduz a soluções profundas para esses problemas: a fé (Tg 1:3, 6), “a palavra implantada” (Tg 1:21, NVI), contemplação da “lei da liberdade” (Tg 1:25, 2:12), determinação e sabedoria divina (Tg 3:13, 17), graça (Tg 4:6), mãos limpas e coração puro (Tg 4:8). Ele também insiste em que haja manifestações exteriores das operações de Deus no interior (Tg 2:14-26), incluindo visitar os aflitos e esquecidos (Tg 1:27), mostrando misericórdia (Tg 2:13) e semeando a paz em vez de discórdia (Tg 3:18).

Finalmente, somos responsáveis perante Deus. Aquele a quem temos que prestar contas é o Senhor, que é o Juiz e que dará a cada um segundo as suas obras.

Enquanto esperamos a volta do Senhor, de que forma você pode incentivar e elevar os outros? Por que é importante que você faça isso?


Quarta


Modelos de paciência


4. Leia Tiago 5:10, 11. O que Jó e os profetas têm em comum? Porque esses exemplos são destacados? Que lições podemos tirar de suas histórias para nós mesmos em meio às nossas provações?

Os profetas de Israel foram fiéis na pregação da palavra do Senhor, sem alterá-la nem comprometê-la. Ao exaltar a fidelidade dos profetas a Deus, o livro aos Hebreus pinta um quadro claro: Eles “fecharam a boca de leões [Daniel]. Extinguiram a violência do fogo [Sadraque, Mesaque e Abede-Nego], escaparam ao fio da espada [Elias e Eliseu] [...] Passaram por prisões [Jeremias e Micaías]. Foram apedrejados [Zacarias, filho de Joiada], [...] serrados pelo meio [Isaías] e mortos a fio de espada” (Hb 11:33-37; ver também 1Rs 19:10). Os sofrimentos de Jó são também notórios, como é a paciência que ele exemplificou apesar do escárnio da própria esposa e da censura daqueles que o visitaram para se solidarizar com ele.

O que separa esses heróis da fé e muitos outros cristãos do comum ou medíocre seguidor de Deus? Tiago menciona várias qualidades: paciência, perseverança e, acima de tudo, esperança e confiança em Deus.

Um dos atributos é “paciência” (makrothymias), também traduzida como “longanimidade” ou “perseverança”. Refere-se à capacidade de resistir sob circunstâncias difíceis e provações, para superar tudo o que a vida, ou o diabo, lançar em nós. Os profetas suportaram todo seu sofrimento pela palavra de Deus com paciência (Tg 5:10). Essa palavra é usada com frequência no Novo Testamento, inclusive em uma referência a Abraão, durante seus muitos anos de peregrinação, esperando “com paciência” que Deus cumprisse Sua promessa de lhe dar um filho (Hb 6:12, 15). Ela também descreve Jesus suportando pacientemente todos os Seus sofrimentos e morte na cruz (2Pe 3:15).

Perseverança (hypomon), por outro lado, concentra-se no objetivo final desse processo, olhando para a linha de chegada. Jó é apresentado como modelo dessa qualidade. Apesar de tudo o que sofreu, Jó olhava firmemente para a vindicação final que esperava receber (Jó 14:13-15; 19:23-27).

Você orou pedindo algo que ainda não ocorreu? Costuma ter um sentimento de desânimo? Pense nas provações de alguns dos personagens bíblicos; imagine como eles se sentiram impotentes nessas situações. O que você pode aprender com o sofrimento deles que poderia ajudá-lo a enfrentar suas aflições?



Quinta


Claro como a luz solar


Leia Tiago 5:12. Comentaristas ficam intrigados quanto à razão pela qual Tiago parece tornar o juramento solene uma questão importante. Mesmo que a intenção fosse proibir toda declaração desse tipo, por que isso parece ser exortado como algo tão importante, “acima de tudo” que ele havia falado nesse capítulo, ou talvez em toda a carta? Será que esse era realmente um problema tão grande?
Precisamos ter em mente o que temos visto ao longo de nosso estudo dessa epístola: Tiago não se contentava com uma fé superficial nem com a forma da religião, apesar dos preconceitos existentes com relação a ele. Tiago era totalmente orientado para o evangelho, tanto que ele estabeleceu padrões muito altos para alcançarmos, a não ser com a ajuda da divina graça que perdoa e capacita. Nossas palavras revelam o que está em nosso coração: “A boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12:34). A teologia de Tiago é permeada com o pensamento de Jesus, que nos ordenou: “De modo algum jureis; nem pelo Céu, por ser o trono de Deus; nem pela Terra, por ser estrado de Seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei” (Mt 5:34, 35). Algumas pessoas aparentemente até colocavam os próprios cabelos em penhor para garantir suas palavras (v. 36). Mas Jesus disse que tudo isso era errado: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não” (Mt 5:37).

Tudo pertence a Deus, incluindo todos os cabelos da nossa cabeça. Por isso “não há coisa alguma que, como se fora nossa mesma, tenhamos o direito de empenhar para o cumprimento de nossa palavra. [...]

“Tudo quanto os cristãos fazem deve ser tão transparente como a luz do Sol. A verdade é de Deus; o engano, em todas as suas múltiplas formas, é de Satanás” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 66, 68). Evidentemente, Cristo não estava proibindo juramentos judiciais, porque Ele mesmo, quando colocado sob juramento pelo Sumo Sacerdote, não Se recusou a responder, nem condenou o processo, apesar dos numerosos desvios da correta jurisprudência (Mt 26:63, 64).

Ao falar a verdade, é preciso ter várias coisas em mente. Em primeiro lugar, normalmente não conhecemos toda a verdade, até sobre nós mesmos. Por isso, devemos ser humildes. Em segundo lugar, quando falamos a verdade, ela sempre deve ser proferida com amor e para a edificação dos que a ouvem.

5. Leia Efésios 4:15, 29 e Colossenses 4:6. Pense e ore sobre a mensagem desses textos. Quão diferente (e melhor) seria sua vida se você, pela graça de Deus, seguisse estritamente essas exortações?



Estudo adicional


Sobre as experiências de Elias e Jó em tempos de provação e sua importância para nós nos últimos dias, leia, de Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 155-166: “De Jezreel a Horebe”; p. 167-176: “Que Fazes Aqui?”; p. 177-189: “No Espírito e Virtude de Elias”.

“Esperar pacientemente, confiar quando tudo parece escuro, eis a lição que os líderes na obra de Deus necessitam aprender. O Céu não lhes faltará no dia da adversidade. Nada está aparentemente mais ao desamparo, mas na realidade mais invencível, do que aquele que sente sua nulidade, e confia inteiramente em Deus. [...]

“Sobrevirão provas; mas prossiga avante. Isso fortalecerá sua fé e o preparará para o serviço. Os registros da história sagrada estão escritos, não meramente para que possamos ler e nos maravilhar, mas para que a mesma fé que atuou nos servos de Deus do passado possa atuar em nós (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 174, 175).

Perguntas para reflexão

1. Trigo e joio crescem juntos até a colheita (Mt 13). O que isso significa em termos de disciplina da igreja? O que significa no contexto de franca rebelião ou apostasia em nossas fileiras? Devemos ficar olhando as coisas acontecerem, dizendo que tudo será resolvido quando o Senhor voltar? Obviamente, não. A luz de exemplos em que a disciplina foi necessária na igreja primitiva, como entre os coríntios e gálatas, como lidar com o joio, especialmente aqueles cujo propósito parece ser o de sufocar o trigo?

2. Que promessas foram confortadoras para você? Que personagens bíblicos têm sido mais significativos para você em tempo de dificuldade?

3. Tiago diz que não devemos nos queixar uns dos outros (Tg 5:9). Como podemos aprender a amar, perdoar, suportar e superar as coisas “insignificantes” que podem nos tornar mal-humorados, irritados e, realmente, más testemunhas?

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