27 de março de 2015
Lição 1 - A primeira vinda de Jesus de 28 de março a 4 de abril
Sábado à tarde - Ano Bíblico: 1Sm 17–19
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1:37).
Leituras da Semana:
Lc 1:2, 3; 2Tm 3:16; Lc 1:5-22; Dt 18:15; Lc 2:9-12, 25-32
O evangelho de Lucas foi escrito primariamente para os gentios. O próprio Lucas era gentio (como está implícito no contexto de Colossenses 4:10-14), e o mesmo se pode dizer de Teófilo, a quem o evangelho foi endereçado.
Além de ser médico, Lucas era um historiador meticuloso. Na introdução do evangelho, ele localizou Jesus na história real, isto é, colocou a narrativa dentro do contexto histórico da época: Herodes era o rei da Judeia (Lc 1:5), César Augusto reinava sobre o Império Romano (Lc 2:1) e um sacerdote cujo nome era Zacarias estava cumprindo seu turno no templo de Jerusalém (Lc 1:5, 9). No capítulo 3, Lucas mencionou seis datas contemporâneas relacionadas ao ministério de João Batista, o precursor de Jesus.
Assim, Lucas colocou a história de Jesus dentro da História, com pessoas reais e no tempo real, para afastar de sua narrativa qualquer ideia mitológica. Seus leitores devem ficar maravilhados com o fato de que Jesus é real e de que, por meio dEle, Deus invadiu a História com “o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:11).
Domingo - Ano Bíblico: 1Sm 20–23
“Uma exposição em ordem” (Lc 1:1-3; At 1:1-3)
Atos 1:1 nos diz que, antes que esse livro fosse escrito, seu autor escreveu “o primeiro livro”. Isso, além do fato de que ambos os relatos foram endereçados a Teófilo, nos ajuda a concluir que um só autor foi o responsável por ambos os livros. Os dois relatos podem ser considerados a parte 1 e a parte 2 da “Origem e História da Igreja Cristã”. A parte 1 é uma narrativa da vida e obra de Jesus (o Evangelho de Lucas) e a parte 2 (Atos dos Apóstolos) é um relato da propagação da mensagem de Jesus e da igreja primitiva.
1. Como o Evangelho de Lucas foi escrito? Leia Lucas 1:2, 3 e 2 Timóteo 3:16.
Lucas tinha conhecimento de muitos que haviam escrito sobre os eventos que abalaram tanto a cidade de Jerusalém como outros locais além de suas fronteiras: os eventos relativos a Jesus Cristo. As fontes de tais obras literárias incluíam muitas “testemunhas oculares e ministros da Palavra” (Lc 1:2) – uma clara referência aos discípulos e a outros contemporâneos de Jesus. O próprio Lucas teve contato com essas testemunhas e ministros (como Paulo e outros líderes apostólicos), e possivelmente também com os evangelhos escritos por Marcos e Mateus. Lucas, obviamente, não foi uma testemunha ocular da história de Jesus, mas foi um autêntico converso a Cristo, digno de confiança.
Mateus escreveu para um público judeu, apresentando Jesus como o grande mestre, o cumprimento das profecias e o rei dos judeus. Referiu-se muitas vezes a profecias do Antigo Testamento que se cumpriram em Cristo. Marcos escreveu para um público romano sobre Jesus como um homem de ação. Lucas, um médico gentio, escreveu para os gregos e os gentios sobre Jesus como uma figura universal – o Salvador do mundo. Lucas mencionou que seu propósito ao escrever era duplo: apresentar uma “exposição em ordem” (Lc 1:3) e mostrar a certeza dos grandes ensinos desse novo tempo. Um dos objetivos de seu evangelho é proporcionar certeza sobre a verdade tal qual é em Jesus.
Lucas, escritor bíblico inspirado, usou material de outras pessoas em seus escritos. Obviamente, esse uso de outras fontes não nega a inspiração nem a autoridade do que ele escreveu. Que lições isso deve ter para nós, como adventistas do sétimo dia, com respeito à questão de como a inspiração, canônica ou não canônica, atua nos escritores inspirados?
Ele viveu por você! Esse é o tema de hoje no programa da Semana Santa. Abra sua casa ou participe em algum pequeno grupo.
Segunda - Ano Bíblico: 1Sm 24–27
“A quem darás o nome de João”
Por quase 400 anos, depois de Malaquias, o silêncio divino marcou a história de Israel. Com o anúncio do nascimento de João Batista e de Jesus o silêncio divino estava prestes a ser quebrado.
As histórias do nascimento de João e de Jesus têm paralelos. Os dois nascimentos são milagres: no caso de João, Isabel já tinha passado havia muito tempo da idade de ter filhos; no caso de Jesus, uma virgem teria um filho. O anjo Gabriel anunciou as duas promessas de nascimento. Ambos os anúncios foram recebidos com assombro, alegria e entrega à vontade de Deus. Os dois bebês cresceriam e se fortaleceriam no Espírito (Lc 1:80; 2:40).
Mas a missão e o ministério desses dois bebês miraculosos seriam distintos e diferentes. João deveria preparar o caminho para Jesus (Lc 1:13-17). Jesus era o “Filho de Deus” (v. 35) e o cumprimento das profecias messiânicas (v. 31-33).
2. Leia Lucas 1:5-22. Embora seja dito que Zacarias andava “irrepreensivelmente”, sua falta de fé no anúncio do anjo motivou uma repreensão. Como isso nos ajuda a compreender o significado da palavra “irrepreensível” quando aplicada a alguém que crê em Jesus?
“O nascimento de um filho a Zacarias, como o do filho de Abraão, e o de Maria, visava a ensinar uma grande verdade espiritual, verdade que somos tardios em aprender e prontos a esquecer. Somos por nós mesmos incapazes de fazer qualquer bem; mas o que não somos capazes de fazer, o poder de Deus há de operar em toda pessoa submissa e crente. Por meio da fé foi dado o filho da promessa. Mediante a fé é gerada a vida espiritual, e somos habilitados a realizar as obras da justiça” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 98).
O milagre de João teve um propósito importante no trato de Deus para com Seu povo. Depois de 400 anos de ausência profética na história de Israel, João apareceu nessa história com uma mensagem específica e com poder decisivo. A missão e a mensagem de João era “deixar um povo preparado para o Senhor” (Lc 1:17, NVI). Ele devia ser o precursor do Messias, aquele que prepararia o caminho para a missão de Jesus.
Ore por decisões que serão tomadas durante a Semana Santa e participe hoje da reunião mais próxima de sua casa.
Terça - Ano Bíblico: 1Sm 28–31
“A quem chamarás pelo nome de Jesus”
O nascimento de Jesus não foi um acontecimento comum. Foi marcado no calendário eterno de Deus, e “vindo … a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4:4). Ele é o cumprimento da primeira promessa que Deus fez no Éden, após a entrada do pecado (Gn 3:15).
3. De que forma, nas passagens abaixo, o nascimento de Jesus aparece como um incrível cumprimento da profecia? O que isso nos diz sobre a razão pela qual devemos aprender a confiar em todas as promessas de Deus? Dt 18:15; At 3:22-24; Is 7:14; Mt 1:22, 23; Mq 5:2; Lc 2:4-7
Seis meses depois de Gabriel ter anunciado a Zacarias o futuro nascimento de João, ele anunciou a Maria de Nazaré um milagre ainda maior: o de que ela, uma virgem, conceberia e daria “à luz um filho, a quem [chamaria] pelo nome de Jesus” (Lc 1:31).
O nascimento virginal de Jesus é totalmente contrário à natureza, e não pode ser explicado pela natureza nem pela filosofia naturalista. Até Maria perguntou: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (v. 34). O anjo assegurou a ela que isso seria obra do Espírito Santo (v. 35) e que “para Deus não haverá impossíveis” (v. 37). A submissão imediata e fiel de Maria foi notável: “Que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (v. 38). Toda pergunta humana, não importa quão natural ou lógica seja, precisa dar lugar à resposta divina. Seja no caso da criação ou da cruz, da encarnação ou da ressurreição, da queda do maná ou do derramamento do Pentecostes, a iniciativa divina requer a entrega e aceitação humanas.
Enquanto Maria respondeu à sua própria pergunta com submissão e entrega à soberania e ao eterno propósito de Deus, Gabriel a tranquilizou com outra grande resposta: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (v. 35).
Algumas culturas seculares têm sido forçadas a crer que tudo, em última análise, tem uma explicação naturalista e científica. Por que essa é uma visão estreita, e até superficial, da grandeza da realidade?
Convide um amigo para ir ao seu pequeno grupo para que orem e estudem juntos a Bíblia Sagrada.
Quarta - Ano Bíblico: 2Sm 1–4
A manjedoura de Belém
Lucas começou o relato da manjedoura de Belém com uma referência histórica. José e Maria saíram de sua casa em Nazaré para viajar até sua cidade natal, Belém, devido a um recenseamento decretado por César Augusto, imperador de Roma, quando Quirino era governador da Síria. Esses detalhes históricos devem levar o estudante da Bíblia a apreciar a submissão de Lucas ao Espírito Santo, que o levou a registrar os detalhes da Encarnação dentro da estrutura da História.
4. Reflita sobre a pobreza de Jesus conforme vista em Lucas 2:7. Compare a imagem de “panos” (NVI), da “manjedoura” e de que “não havia lugar […] na hospedaria” com a descrição feita por Paulo, em Filipenses 2:5-8, sobre a condescendência de Jesus. Que tipo de estrada Ele teve de palmilhar por nós?
A história das circunstâncias pobres em que o Senhor do Céu Se encarnou continua com os primeiros visitantes que foram à manjedoura: os pastores. A “boa-nova de grande alegria” (Lc 2:10) não foi dada aos ricos nem aos poderosos, nem aos escribas nem aos sacerdotes, nem aos governantes nem aos potentados que tinham domínio sobre o território, mas aos humildes e desprezados pastores. Observe a majestade e a simplicidade da mensagem: “Nasceu um Salvador para vocês na cidade de Davi. Ele é Cristo, o Senhor, o Ungido. Vocês O encontrarão envolto em panos” (tradução do autor). O mais precioso dom do Céu veio numa embalagem simples, como frequentemente ocorre. Mas o presente trouxe “glória a Deus”, “paz na Terra” e “boa vontade para com os homens” (v. 14, ARC).
O relato de Lucas com respeito ao anjo (Lc 2:9-12) apresenta três assuntos vitais da teologia cristã. Primeiro, a boa-nova do evangelho é para “todo o povo”. Em Jesus, judeus e gentios se tornam um só povo de Deus. Segundo, Jesus é o Salvador; não há nenhum outro.
O relato de Lucas com respeito ao anjo (Lc 2:9-12) apresenta três assuntos vitais da teologia cristã. Primeiro, a boa-nova do evangelho é para “todo o povo”. Em Jesus, judeus e gentios se tornam um só povo de Deus. Segundo, Jesus é o Salvador; não há nenhum outro.
Terceiro, Jesus Cristo é o Senhor. Esses três temas, tão claramente estabelecidos no princípio dos escritos de Lucas, se tornaram, mais tarde, o alicerce da pregação apostólica, particularmente a de Paulo.
Pense sobre aquilo que cremos como cristãos: o Criador de todas as coisas (Jo 1:1-3) não só entrou neste mundo caído como um ser humano, mas também viveu uma vida dura, que terminou numa cruz. Se cremos realmente nisso, por que todos os aspectos de nossa vida devem ser vividos em submissão a essa verdade? Que partes de sua vida refletem sua crença na história de Jesus, e quais partes não a refletem?
O tema de hoje na Semana Santa é Ele Se entregou por você. Envolva-se e seja abençoado.
Quinta - Ano Bíblico: 2Sm 5–7
Os que deram testemunho a respeito do Salvador
Embora estivesse escrevendo primariamente para os gentios, Lucas estava ciente da importância da herança judaica transmitida por meio do Antigo Testamento. Ele teve o cuidado de ligar a história do Novo Testamento com o Antigo, e apresentou a bela cena de Maria e José circuncidando o bebê Jesus ao oitavo dia e levando-O ao templo de Jerusalém, tudo de acordo com a lei judaica (Lc 2:22-24).
5. Leia Lucas 2:25-32. Note três pontos concernentes à teologia da salvação que Simeão enfatizou: a salvação é através de Jesus; a salvação é preparada por Deus; a salvação é para todos os povos, tanto para os gentios como para Israel. Como essas verdades estão relacionadas à mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:6, 7?
A profecia de Simeão também predisse dois aspectos significativos do ministério de Jesus.
Primeiro, Cristo estava “destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel” (Lc 2:34). Sim, Cristo trouxe luz e salvação a todos, mas não sem um custo para quem as recebe. Com Cristo não há posição neutra: ou a pessoa O aceita ou O rejeita, e a salvação depende da resposta apropriada. Cristo exige exclusividade: ou permanecemos nEle, ou não. Aqueles que permanecerem nEle ressuscitarão e farão parte de Seu reino; os que O rejeitarem ou ficarem indiferentes a Ele tombarão e perecerão sem esperança. A fé em Cristo é inegociável.
Segundo, Simeão profetizou para Maria: “Uma espada traspassará a tua própria alma” (Lc 2:35). A referência foi, sem dúvida, à morte de Jesus na cruz, que Maria iria testemunhar. Maria e todas as gerações que vieram após ela deviam se lembrar de que sem a cruz não há salvação. A cruz é o eixo em torno do qual gira todo o plano da salvação.
A salvação é um presente no sentido de que não podemos fazer nada para merecê-la. Contudo, mesmo assim, ela pode ter um custo muito grande para aqueles que a aceitam. Qual foi o preço que você já teve que pagar por seguir a Cristo, e por que esse preço é muito pequeno?
Comemore conosco! A programação da Semana Santa está comemorando 45 anos de existência. Esse programa tem abençoado a vida de muita gente!
Sexta - Ano Bíblico: 2Sm 8–10
Estudo adicional
“Lucas, o autor do evangelho que tem seu nome, era médico-missionário. Nas Escrituras ele é chamado ‘o médico amado’ (Cl 4:14). O apóstolo Paulo ouviu falar de sua habilidade como médico, e o procurou como a alguém a quem o Senhor havia confiado uma obra especial. Obteve sua cooperação, e por algum tempo Lucas o acompanhou em suas viagens de um lugar para outro. Depois de certo tempo, Paulo deixou Lucas em Filipos, na Macedônia. Ali ele continuou a trabalhar por vários anos, tanto como médico, como na qualidade de professor do evangelho. Em sua obra médica, ministrava aos enfermos, e orava então para que o poder restaurador de Deus repousasse sobre os aflitos. Assim o caminho era aberto para a mensagem evangélica. O êxito de Lucas como médico concedeu-lhe muitas oportunidades para pregar Cristo entre os gentios. É o plano divino que trabalhemos como os discípulos fizeram” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 140, 141).
Perguntas para reflexão
1. Se Lucas, ao escrever seu evangelho, levou em conta materiais publicados anteriormente, como devemos entender a inspiração das Escrituras (2Tm 3:16)? Como a inspiração atua? Ver, de Ellen G. White, “A Inspiração dos Escritores Proféticos”, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 15-23.
2. O nascimento virginal ocorreu por obra de Deus, e é marcado por Seu mistério, Sua majestade e Sua missão. Também está além da compreensão humana. Mas a pergunta é: Que importa isso? Quantas coisas seculares também estão além da compreensão humana? Se Deus de fato existe, e se Ele tem o poder de criar e sustentar o Universo, o nascimento virginal estaria além de Seu poder? Afinal de contas, veja o que o anjo disse a Maria após lhe dar a incrível notícia: “Pois para Deus não haverá impossíveis” (Lc 1:37).
3. Um entrevistador de TV disse que, se tivesse oportunidade, a pessoa que ele mais gostaria de entrevistar seria Jesus, e que faria apenas uma pergunta: “O Senhor de fato nasceu de uma virgem?” Por que essa pergunta e sua resposta são tão importantes?
Respostas sugestivas: 1. Lucas escreveu seu evangelho usando relatos escritos por testemunhas oculares e por ministros da Palavra (os apóstolos). 2. A palavra “irrepreensível” não significa que a pessoa tenha perfeição absoluta, mas que ela busca de todo o coração andar segundo a vontade de Deus. 3. O primeiro par de passagens apresenta o nascimento de Cristo como um profeta procedente do povo judeu, fato predito por Moisés; o segundo, o nascimento virginal, predito por Isaías; o terceiro, o local do nascimento de Cristo, predito por Miqueias. 4. A estrada da suprema abnegação. 5. O fato de a salvação ser através de Jesus está relacionado ao evangelho eterno, já que o evangelho é centralizado em Jesus; a verdade de que a salvação é preparada por Deus está relacionada à verdade de que Deus deve ser temido e receber a glória, porque proveu o evangelho; e o fato de que a salvação é para todos os povos está relacionado à verdade de que este evangelho eterno deve ser pregado a todos os povos.
A morte de Cristo foi um evento marcante na História. Ele morreu por você é o tema de hoje da Semana Santa. Vá a uma igreja ou pequeno grupo perto de sua casa!
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20 de março de 2015
Lição 13 - As mulheres e o vinho de 21 a 28 de março
Sábado à tarde - Ano Bíblico: Jz 20, 21
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, às que destroem os reis. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte” (Pv 31:3, 4).
Leituras da Semana:
Pv 31; Jó 29:15; Pv 8; 1Co 1:21; Ap 14:13
O livro de Provérbios começa com os ensinos de um pai (Pv 1:1, 8; 4:1) e termina com os ensinos de uma mãe (Pv 31:1). O nome Lemuel pode ser uma alusão a Salomão; caso o seja, então a mãe de Lemuel é a mãe de Salomão, e ela adverte o filho contra as duas mais sérias ameaças ao rei: o vinho e as mulheres.
A associação entre vinho e mulheres é deliberada. Para ser eficiente como governante, o rei tem que ser cuidadoso com as influências que enfrenta, e esses dois fatores podem ser muito fortes. Embora possa haver uma mulher certa, que traga benefícios, o álcool só traz problemas.
A introdução do pai dizia respeito à aquisição espiritual da sabedoria. Agora, a conclusão da mãe diz respeito à aplicação da sabedoria na vida real, pois os princípios espirituais ensinados pelo pai não significariam nada se os conselhos práticos dados pela mãe não fossem seguidos.
No próximo sábado, 28 de março, começará a Semana Santa, que terá como tema “A Paixão de Cristo é Você!” Já convidou a pessoa que você levará às reuniões? Comece hoje a orar por essa pessoa.
Domingo - Ano Bíblico: Rute
Um brinde “à vida”?
Em muitas culturas, o ato de tomar bebidas alcoólicas está associado à vida. As pessoas levantam um copo e desejam umas às outras uma vida longa, embora a ironia seja que cada copo contribui para destruir a vida. Garrafas com belos formatos, canções poéticas e engraçadas relacionadas à bebida, comerciais inteligentes, e até algumas descobertas “científicas” – todas essas coisas confortam as pessoas que bebem com a ideia de que o álcool possa ser bom para elas. O livro de Provérbios já nos adverte contra esse engano mortal (Pv 23:30-35). Agora o tema reaparece, mostrando-nos mais danos que a bebida pode causar.
1. Leia Provérbios 31:4, 5, 8, 9. O que esses versos dizem, e como a mensagem deles se aplica a todos os seguidores do Senhor?
Em linguagem semelhante, Jó se descreve como sendo “olhos para o cego e ... pés para o coxo” (Jó 29:15). Da mesma forma, o rei ou aqueles que têm recursos devem ajudar a sustentar o pobre e o necessitado, que é descrito como “mudo”, ou seja, que não tem voz porque ninguém o ouve.
O efeito destrutivo do vinho também pode ser visto em sua maneira de deturpar tão facilmente o discernimento. Embora o álcool já seja mau para as pessoas comuns, para um rei ou alguém em posição de poder ele pode criar situações terríveis. Os reis que bebem não só “não lembram das leis” (Pv 31:5, NTLH) e não sabem o que é certo, mas subsequentemente pronunciam juízos distorcidos: os culpados são declarados inocentes, e os inocentes, culpados.
O que está em jogo aqui é a capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. A proibição de beber vinho diz respeito à sabedoria elementar e, como tal, deve se aplicar a todo ser humano. É digno de nota que essa preocupação seja precisamente a razão implícita na proibição específica da bebida aos sacerdotes: “para fazerdes diferença entre o santo e o profano” (Lv 10:9, 10).
Quem já não viu os efeitos devastadores do álcool sobre tantas vidas? Como você pode ajudar outras pessoas, especialmente os jovens, a se manterem afastadas daquilo que pode prejudicá-las e a outros?
Participe do projeto “Reavivados por Sua Palavra”: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org/
Segunda - Ano Bíblico: 1Sm 1–3
Um brinde “à morte”
2. Leia Provérbios 31:6, 7. Como devemos entender esses versos?
Uma leitura rápida desses versos dá a impressão de que a mãe de Lemuel permitia o consumo de vinho ou de qualquer outra bebida alcoólica para a pessoa que estivesse à morte (v. 6) ou para a pessoa que sofresse de depressão (v. 7). Essa interpretação, contudo, estaria em contradição não só com o contexto imediato (pois a mãe de Lemuel advertiu o rei contra o consumo de vinho), mas também com o contexto geral do livro de Provérbios, que sistemática e enfaticamente proíbe o consumo do vinho.
Além disso, dificilmente faria sentido oferecer, para quem estivesse morrendo, algo que só pioraria sua saúde e seu bem-estar. E dar álcool para uma pessoa deprimida é como dar sal para alguém que já está desidratado. Se, como sabemos, Deus Se importa com nosso corpo e com nossa saúde, não tem sentido pensar que esses textos, dentro de seu contexto, estejam encorajando o consumo do álcool.
E, o que é mais importante, uma análise do uso da expressão “aos que perecem” no livro de Provérbios revela que esse verbo sempre está associado aos ímpios (Pv 10:28; 11:7, 10; 19:9; 21:28; 28:28). Por meio da expressão “aos que perecem”, a mãe de Lemuel, na verdade, se refere, por associação, aos ímpios. Quanto à expressão “amargurados de espírito”, esta se refere às pessoas deprimidas (Pv 31:6) que, como os ímpios, se tornam insensíveis e, assim, se esquecem da pobreza (Pv 31:7).
“Satanás reuniu os anjos caídos a fim de inventar algum meio de fazer o máximo de mal possível à família humana. Foi apresentada proposta sobre proposta, até que finalmente Satanás mesmo imaginou um plano. Ele tomaria o fruto da vide, também o trigo e outras coisas dadas por Deus como alimento, e os converteria em venenos que arruinariam as faculdades físicas, mentais e morais do homem, dominariam de tal maneira os sentidos, de modo que Satanás teria sobre eles inteiro controle. Sob a influência da bebida alcoólica, os homens seriam levados a praticar todas as espécies de crimes. Mediante o apetite pervertido, o mundo seria corrompido. Levando os homens a tomar álcool, Satanás os faria descer cada vez mais baixo” (Ellen G. White, Temperança, p. 12).
Terça - Ano Bíblico: 1Sm 4–6
Mulher virtuosa
“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias” (Pv 31:10).
Quem é a “mulher virtuosa” de Provérbios 31:10? Vários indicativos sugerem que o autor tinha em mente algo mais do que uma mulher piedosa ou a esposa ideal. Seguindo a pista de muitas passagens do livro (Pv 1:20-33; 3:13-20; 4:5-9; Pv 8), temos boas razões para crer que a “mulher virtuosa” represente a sabedoria. Essa personificação da sabedoria como uma mulher é justificada não somente porque a palavra hebraica para “sabedoria”, chokmah, é um substantivo feminino, mas porque isso também permite que o escritor hebraico extraia todos os tipos de lições concretas para nossa vida diária. A sabedoria não é retratada como um ideal sublime e inatingível, mas como uma mulher muito prática e acessível que poderia se tornar nossa companheira de vida.
Este último ensino sobre a sabedoria é dado por meio de um belo poema acróstico: cada verso começa com uma letra hebraica em ordem alfabética, como no livro de Lamentações e em muitos salmos.
3. Compare o texto sobre a sabedoria, em Provérbios 8, com nosso texto sobre a “mulher virtuosa”. Quais características da “mulher virtuosa” nos fazem lembrar da sabedoria apresentada no livro de Provérbios?
a. Ela é preciosa e vale a pena encontrá-la (Pv 31:10; 8:35).
b. Seu valor excede o de finas joias (Pv 31:10; 8:10, 11, 18, 19).
c. Ela provê alimento (Pv 31:14; 8:19).
d. Ela é forte (Pv 31:17, 25; 8:14).
e. Ela é sábia (Pv 31:26; 8:1).
f. Ela é elogiada (Pv 31:28; 8:34).
e. Ela é sábia (Pv 31:26; 8:1).
f. Ela é elogiada (Pv 31:28; 8:34).
Embora vivamos na chamada era da informação, e tenhamos adquirido muito mais conhecimento do que as gerações passadas, pouca coisa indica que nossa geração seja mais sábia do que as anteriores. Na verdade, como disse Martin Luther King Jr.: “Temos mísseis guiados e homens desorientados.”
Leia 1 Coríntios 1:21. O que esse verso diz a você, e como essa ideia pode ajudá-lo a viver pela fé?
Quarta - Ano Bíblico: 1Sm 7–10
Ela trabalha
A mulher virtuosa de Provérbios 31 não é preguiçosa; ela trabalha arduamente e é muito ativa. O poema insiste nessa qualidade (Pv 31:27), que caracteriza o sábio em contraste com o insensato (Pv 6:6; 24:33, 34). Sua esfera de atividade é ampla e concreta. O fato de sermos espirituais não significa que devamos ser preguiçosos, usando o pretexto de que estamos preocupados com questões religiosas altamente importantes e, assim, não temos tempo para cuidar de assuntos “triviais” (Ver Lc 16:10.) A mulher “de bom grado trabalha com as mãos” (Pv 31:13). É interessante que exatamente essa pessoa espiritual nunca é retratada orando ou meditando. Ela é mostrada como uma mulher eficiente e produtiva, muito semelhante a Marta, mencionada nos evangelhos (Lc 10:38-40).
4. Leia Provérbios 31:12, 15, 18. Por que a mulher está sempre trabalhando?
A mulher nunca descansa. Ela trabalha “todos os dias da sua vida” (v. 12), até durante a noite (v. 15, 18). Sua presença ativa e vigilante é eficiente o tempo todo. A razão pela qual ela está constantemente atenta é sua responsabilidade. Ela tem que estar lá, do contrário tudo entrará em crise.
5. Leia Provérbios 31:20, 25. Que objetivo temporal ela pretende alcançar com suas atividades?
Aqui tocamos num ponto importante com respeito ao nosso trabalho e esforço: ele será testado pelo tempo. Somente o futuro mostrará a qualidade de nossos atos. Trabalhar sabiamente é trabalhar tendo em mente o futuro, e não apenas uma recompensa imediata.
Embora não trate exatamente da mesma coisa, é muito importante o princípio contido na seguinte passagem do Apocalipse: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Ap 14:13).
Se você tem uma mulher especial em sua vida, o que você pode fazer para mostrar sua apreciação por ela e por tudo o que tem feito por você?
Quinta - Ano Bíblico: 1Sm 11–13
Ela se importa
6. Leia Provérbios 31:26-31. Que outras características importantes são vistas nessa mulher? Por que essas características são importantes para todos nós?
Vimos, em todo este trimestre, uma ênfase nas palavras, naquilo que dizemos. A mulher é conhecida por sua sabedoria e por sua bondade. Essas coisas estão inter-relacionadas. Afinal de contas, não se poderia argumentar que a bondade seja outra forma de sabedoria, especialmente quando compreendemos que sabedoria não é apenas o que sabemos, mas também o que dizemos e fazemos?
Note, igualmente, a expressão “a instrução da bondade”. Isto é, a bondade não é apenas um atributo efêmero que escapa dos seus lábios de vez em quando. É uma lei, um princípio de sua própria existência. Como seria impressionante se a “instrução da bondade” guiasse tudo o que sai da nossa boca!
Note, igualmente, a expressão “a instrução da bondade”. Isto é, a bondade não é apenas um atributo efêmero que escapa dos seus lábios de vez em quando. É uma lei, um princípio de sua própria existência. Como seria impressionante se a “instrução da bondade” guiasse tudo o que sai da nossa boca!
7. Leia Provérbios 31:30. Que importante ponto é revelado, o qual é esquecido com tanta frequência?
Com demasiada frequência, as mulheres são avaliadas apenas em termos da aparência exterior; esse é um indicativo tão frívolo e superficial! A Bíblia destaca exatamente quanto é inútil, quanto é vazia essa atitude. A verdadeira beleza dessa mulher se encontra em seu caráter e na maneira pela qual esse caráter se manifesta em sua vida e em seus atos. A beleza irá passar, mas o caráter pode permanecer para sempre. “Um grande nome entre os homens é como letras traçadas na areia; mas um caráter impoluto é de duração eterna” (Ellen G. White, Maravilhosa Graça, p. 79).
Em que áreas da sua vida você precisa ver melhoras em seu caráter? Orar sobre isso está certo, mas que passos concretos você precisa dar em direção ao crescimento?
Sexta - Ano Bíblico: Jz 17–19
Estudo adicional
“Quando condescenderam com seu apetite por vinho e enquanto estavam sob seu estímulo excitante, sua razão se tornou anuviada e não conseguiram discernir a diferença entre o sagrado e o comum. Contrariando as indicações expressas por Deus, eles O desonraram oferecendo fogo comum em lugar de fogo santo. Deus os visitou com Sua ira; saiu fogo de Sua presença e os destruiu” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 295).
“Aprendam as crianças e jovens pela Bíblia como Deus tem honrado a lida do trabalhador. Leiam […] acerca da mulher sábia descrita no livro dos Provérbios, a qual ‘busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos, […] dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas, […] planta uma vinha, […] e fortalece os braços, abre a mão ao aflito, […] ao necessitado estende as mãos, olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça’” (Pv 31:13, 15-17, 20, 27; Ellen G. White, Educação, p. 217).
Perguntas para reflexão
1. Por que a única opção certa é a total abstinência do álcool?
2. Reflita mais na ideia de que, embora tenhamos muito mais conhecimento, não temos necessariamente mais sabedoria. De que maneiras o conhecimento sem sabedoria pode ser ainda mais perigoso do que a falta de conhecimento sem sabedoria? Quais são alguns exemplos recentes de quanto pode ser prejudicial o conhecimento sem sabedoria?
3. Recapitule as características da “mulher virtuosa”. Como os princípios que estão por trás do que é revelado nessa situação específica podem ser aplicados aos crentes, independentemente de sexo, estado civil ou idade?
4. O livro de Provérbios está cheio de sabedoria prática. Isso deveria nos dizer que a nossa religião, mesmo com toda a sua exaltada teologia e suas dimensões espirituais, tem igualmente um lado muito prático. Como podemos ter certeza de que não iremos negligenciar os aspectos práticos da fé ao procurarmos cumprir suas dimensões teológicas e espirituais?
Respostas sugestivas: : 1. Esses versos dizem que é um dever ajudar os pobres e os necessitados, e dizem também que o álcool distorce a noção do que é certo e do que é errado. 2. Os que bebem vinho são os ímpios e os que desejam fugir da realidade. 3. Tanto a sabedoria quanto a mulher virtuosa são descritas como tendo grande valor, maior que o de joias; como fornecedoras de alimento; como fortes e sábias. 4. Porque ela tem a responsabilidade de cuidar de tudo. 5. Fazer provisão para o futuro e ajudar os necessitados. 6. Falar com sabedoria e bondade; ser diligente; temer ao Senhor. 7. A beleza passa, mas o caráter permanece.
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13 de março de 2015
Lição 12 - A humildade dos sábios de 14 a 20 de março
Sábado à tarde - Ano Bíblico: Jz 1–3
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus” (Mt 5:3).
Leituras da Semana:
Pv 30; Lc 18:9-14; Jó 38–40:2; 1Jo 1:9; Ap 3:14-18; Sl 104:24
Na Bíblia, a humildade é considerada uma virtude importante. O maior dos profetas, Moisés, é destacado como a pessoa mais humilde que já viveu (Nm 12:3, NTLH). De acordo com Miqueias 6:8, o principal dever que Deus espera de toda pessoa é que “ande humildemente com o seu Deus” (NVI). Jesus também insiste em declarar que a humildade é um ideal que os cristãos devem adotar: “Aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos Céus” (Mt 18:4).
Afinal de contas, do que alguém pode se gloriar? Cada respiração, cada batida do coração, cada dom, cada talento, vem somente de Deus, em quem “vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). E, à luz da cruz, até mesmo toda a nossa justiça é como “trapo da imundícia” (Is 64:6); como, então, poderíamos nos gloriar?
Nesta semana, estudaremos a humildade no livro de Provérbios. Considerando nossa situação, até que ponto precisamos ser humildes? Não seria tolice ter atitude diferente?
Fortaleça o relacionamento espiritual entre os membros da Escola Sabatina: organize uma agenda de visitação, de modo que todos os alunos recebam pelo menos uma visita de alguém. Objetivos das visitas: oração, reflexão bíblica e incentivo para o estudo da lição.
Domingo - Ano Bíblico: Jz 4, 5
Quem você acha que é?
1. Leia Provérbios 30:1-3, 32, 33. O que esses versos estão dizendo?
A negação própria vista nesses versos está em contraste total com a exaltação própria que era comum aos reis no antigo Oriente Próximo, os quais frequentemente gostavam de se gloriar de sua sabedoria, de suas realizações e de suas vitórias militares. Registra-se, com respeito ao próprio Salomão, que ele “excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria” (1Rs 10:23; Ec 2:9). E, é claro, vemos também Nabucodonosor, que proclamou: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn 4:30).
Pelo fato de o autor compreender sua própria ignorância, ele diz que exaltar-se é proceder “insensatamente”. A palavra hebraica para “insensatamente” aqui é nabal, que é o nome de Nabal, cujo comportamento exemplificou também um tolo orgulho (1Sm 25). Essa exaltação, que implica orgulho, também traz consigo o potencial para a humilhação, e, assim, para a ira e a contenda. O apóstolo Paulo também disse que alguns dos membros de sua igreja eram “insensatos” que se consideravam sábios e que, o que é pior, se vangloriavam disso (2Co 11:18, 19).
2. Leia Lucas 18:9-14. Por que pode ser mais fácil do que se pensa ser como o fariseu? Como podemos ter certeza de que não cairemos nessa mesma armadilha, ainda que de modo mais sutil?
As pessoas que se exaltam são dignas de pena, pois, geralmente isso esconde insegurança. Essa exaltação mostra como essas pessoas, na verdade, enganam a si mesmas e são ignorantes em relação à sua realidade.
Participe do projeto “Reavivados por Sua Palavra”: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org/
Segunda - Ano Bíblico: Jz 6–8
Um conhecimento de Deus?
O orgulho surge naqueles que não conhecem o Senhor de maneira pessoal. Em contraste, a pessoa que vive em comunhão com Deus é humilde, pois está constantemente em contato com Aquele que é infinitamente maior do que qualquer um de nós. Quando pensamos no tamanho do Universo e compreendemos que estamos adorando Aquele que o criou, e que esse mesmo Deus sofreu na cruz por nós, na pessoa de Jesus, é difícil imaginar como alguém pode cultivar o orgulho no coração.
3. Leia Provérbios 30:3-6. O que esses versos nos dizem sobre o poder, a majestade e o mistério de Deus?
A expressão “conhecimento de Deus” deve ser entendida com o sentido de “conhecimento sobre Deus”. São feitas cinco perguntas retóricas que nos forçam a reconhecer o quanto, na verdade, deixamos de compreender sobre Deus.
4. Leia as perguntas de Provérbios 30:4. Que desafio elas apresentam para nós?
Pelo fato de Deus ser o Criador (as primeiras quatro perguntas), Ele está muito além de nossa compreensão (a quinta pergunta). No livro de Jó, Ele desafia o patriarca com perguntas semelhantes para que ele perceba que não é capaz de compreender Deus nem Seus caminhos (Jó 38–40:2).
O fato de que Deus é o Criador, e de que não podemos compreendê-Lo plenamente, nos dá uma lição importante sobre a maneira com que devemos receber Sua revelação escrita, que os eruditos estão sempre questionando. Uma vez que nossa compreensão, mesmo das coisas mais simples da natureza, é obscura e cheia de mistérios, quem somos nós para desafiar a Palavra de Deus, mesmo as partes dela que nos deixam perplexos ou perturbados?
Reflita sobre a grandeza e mistério da própria criação. O que isso deve nos dizer sobre a grandeza e mistério do Criador? Por que essa grandeza e esse mistério nos dão conforto e esperança?
Terça - Ano Bíblico: Jz 9, 10
Nem a pobreza nem a riqueza
Aoração contida em Provérbios 30:7-9 é a única desse livro. Não é por acaso que esse pedido vem logo após a afirmação de Deus como o grande Criador (Pv 30:4) e a promessa de Sua fidelidade (Pv 30:5).
5. Leia Provérbios 30:7-9. Por que alguém faria um pedido como esse?
Antes de pedirmos a Deus qualquer coisa, é importante termos certeza de que nosso relacionamento com Ele é sólido. Se estivermos mentindo, estaremos agindo como se Deus nem mesmo existisse. É por isso que a confissão de nosso pecado é um pré-requisito para o perdão (1Jo 1:9). Não podemos enganar a Deus; Ele nos vê exatamente como somos. Quando oramos, o gesto de prostração, de jazermos no pó como os mortos (Lm 3:29), revela não apenas nossa reverência e humildade, mas mostra uma consciência de nossa nudez espiritual diante dEle.
Em Provérbios 30:8, o escritor pede que Deus não lhe dê nem pobreza nem riqueza. A primeira vez que o verbo “dar” é usado na Bíblia em relação aos seres humanos, diz respeito à dádiva do alimento (Gn 1:29). É por isso que, em muitas culturas, o alimento está tradicionalmente associado à oração. Essa necessidade básica, que nos torna tão dependentes do Deus da criação, coloca a experiência da oração no âmago de nossa sobrevivência.
Os dois pedidos não têm por alvo apenas o equilíbrio do caráter humano. Eles convergem para um alvo: a glória de Deus. Se tivermos demasiadamente pouco, iremos roubar a Deus e insultá-Lo; se tivermos demais, não sentiremos necessidade de Deus e poderemos até negar Sua existência. É digno de nota, contudo, que somente a última situação pode levar a um desligamento de Deus; a primeira provavelmente nos conservará em contato com Ele.
A Oração do Senhor traz a mesma dupla preocupação: (1) A frase “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6:11) pede a provisão de nossas necessidades, e não mais que isso; e (2) A frase “Não nos deixes cair em tentação” (Mt 6:13) tem em vista a satisfação de nossas necessidades.
Pense no quanto você é dependente de Deus. De que forma o ato de conservar sempre em mente essa verdade nua e crua ajuda você a crescer na fé? Que perigos advêm quando nos esquecemos dessa dependência?
Quarta - Ano Bíblico: Jz 11, 12
Os atos do arrogante
Assim como a humildade é positiva e traz bênçãos, a falta de humildade é perigosa e traz maldições. Depois de encorajar a virtude da humildade ao mostrar suas recompensas e frutos, Provérbios 30 faz uma severa advertência sobre os perigos que advêm do orgulho:
6. Qual é o primeiro perigo mencionado por Agur, relacionado ao desrespeito aos pais? Pv 30:11, 17
Agur começa com o conceito de amaldiçoar os pais, pois ele representa o mais grave ato de arrogância: o de filhos desprezarem sua fonte de vida. É significativo que a prescrição para honrar e abençoar os pais é o único mandamento associado com a promessa de vida (Êx 20:12; Ef 6:2, 3), enquanto a pena de morte é prescrita para sua transgressão (Êx 21:15, 17).
O segundo perigo é a justiça própria (Pv 20:12, 20). A condição de pecadores que se consideram justos é grave, porque eles permanecerão em seu pecado, achando que são puros e que não necessitam de perdão. É por isso que a confissão do pecado é tão fundamental para se obter o perdão (1Jo 1:9). Os laodiceanos, que afirmam ser ricos e inteligentes e estar bem vestidos (embora estejam inconscientes de que são pobres, cegos e nus), são aconselhados a adquirir de Deus os meios para reparar essa condição infeliz (Ap 3:14-18).
“Aqui está representado um povo que se orgulha na posse de conhecimento e vantagens espirituais. Não corresponderam, porém, às imerecidas bênçãos que Deus lhes tem concedido. Têm estado possuídos de rebelião, ingratidão e esquecimento de Deus, e contudo Ele os tem tratado como um pai amoroso e perdoador trata um filho ingrato e corrompido. Resistiram à Sua graça, abusaram de Seus privilégios, desprezaram Suas oportunidades, e têm-se satisfeito com descansar contentes, em lamentável ingratidão, vazio formalismo e hipócrita insinceridade” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 83).
O terceiro perigo é o desdém (Pv 30:13, 14). Não é bonito o quadro apresentado sobre os arrogantes. Embora tenham um olhar orgulhoso, a arrogância não fica somente nisso: é manifestada no desdém que revelam por aqueles que consideram estar abaixo do seu nível. A figura de “dentes” e “queixais” (Pv 30:14) mostra quanto são maus os atos deles.
Pense na maneira como tem tratado a outros, particularmente aqueles em relação a quem você talvez se sinta superior. Como você pode endireitar isso e como pode demonstrar a humildade necessária para tanto?
Quinta - Ano Bíblico: Jz 13–16
Lição da natureza
Ao longo de toda a Bíblia, figuras extraídas da natureza têm sido usadas para ensinar verdades espirituais. Aqui, também, usando a natureza, o provérbio nos ensina lições sobre humildade.
7. Leia Provérbios 30:18, 19. O que é dito também sobre os limites da compreensão humana?
Agur vê mistério até em muitas das coisas “comuns”. Ele apresenta uma mistura de mistérios muito fascinantes. Os primeiros dois são relacionados a animais: uma águia se movendo silenciosamente durante o dia, uma cobra se movendo silenciosamente durante a noite. Ele então muda para duas ações humanas: um navio no mar e um homem com uma mulher. Ainda hoje, com todo o nosso conhecimento científico, continuam a existir muitos mistérios. Como é importante nunca perdermos a apreciação pela profundidade e majestade da vida! Essa atitude certamente nos ajudará a permanecer humildes diante de Deus.
8 Leia Provérbios 30:24-28. Que outros mistérios da natureza captam a atenção e a admiração do autor de Provérbios?
É interessante que os versos imediatamente precedentes (Pv 30:20-23) tratam da insensatez, da arrogância e do vício humano. Ele passa então para o mundo animal, destacando criaturas pequenas e humildes, embora use em relação a eles a mesma palavra hebraica para “sábio” usada para os seres humanos (Pv 3:13) e até para o próprio Deus (Jó 12:13, Sl 104:24). Mesmo hoje, com todos os avanços na ciência, não conseguimos entender completamente como essas criaturas fazem o que fazem. Quanto mais as ações delas devem ter deixado perplexo esse sábio em sua época! E ele era de fato sábio, porque um dos grandes sinais de sabedoria é reconhecer exatamente quão pouco sabemos!
Pense sobre algumas das coisas mais “simples” da natureza: a folha de uma árvore, uma gota de água, uma concha. Como deve nos conservar humildes o fato de que até essas coisas são cheias de mistérios?
Sexta - Ano Bíblico: Jz 17–19
Estudo adicional
“Devemos reverenciar a Palavra de Deus. Devemos mostrar respeito para com o volume impresso, nunca fazendo dele usos comuns, ou manuseando-o de maneira descuidada. Jamais devem as Escrituras ser citadas em uma pilhéria, ou referidas para reforçar um dito espirituoso. “Toda Palavra de Deus é pura” (Pv 30:5), “como prata refinada em forno de barro e purificada sete vezes” (Sl 12:6)” (Ellen G. White, Educação, p. 244).
“As primeiras palavras de Cristo ao povo, no monte, foram de bênção. Bem-aventurados, disse, são os que reconhecem sua pobreza espiritual, e sentem sua necessidade de redenção. O evangelho deve ser pregado ao pobre. Não ao espiritualmente orgulhoso, o que pretende ser rico e de nada necessitar, ele é revelado, mas aos humildes e contritos. Uma única fonte foi aberta para o pecado, uma fonte para os pobres de espírito. O coração orgulhoso se esforça por alcançar a salvação; mas tanto o nosso título ao Céu, como nossa idoneidade para ele, encontram-se na justiça de Cristo. O Senhor nada pode fazer para a restauração do homem enquanto ele não se entrega à guia divina, convicto de sua própria fraqueza e despido de toda presunção. Pode então receber o dom que Deus está à espera para conceder. Coisa alguma é recusada àquele que sente a própria necessidade. Ele tem ilimitado acesso Àquele em quem habita a plenitude” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 299, 300).
Perguntas para reflexão
1. Reflita no plano da salvação e no que foi preciso para nos salvar. Precisávamos de um substituto, Alguém que tomasse legalmente nosso lugar e cuja justiça fosse a única coisa suficiente para endireitar nossa situação diante de Deus. Diante dessa realidade, por que a arrogâcia e o orgulho estão entre os piores pecados?
2. Quais são algumas das diferentes maneiras em que nossa existência depende de Deus? Quais são algumas das coisas na natureza que nos mostram como Deus mantém nossa existência?
3. Reflita mais na oração de Provérbios 30:7-9 e observe o equilíbrio contido ali. Como encontramos equilíbrio em tudo o que fazemos? Por que isso é tão importante?
Respostas sugestivas: : 1. Dizem que o ser humano é naturalmente estúpido, carente de sabedoria e do conhecimento de Deus, e que procede insensatamente ao se exaltar. 2. O orgulho e a exaltação própria se encontram naturalmente no coração humano, por isso é necessário que estejamos sempre atentos a isso e em comunhão com Deus. 3. A criação nos apresenta mistérios insondáveis e nos mostra quão grandes são o poder e a majestade de Deus. 4. Se não somos capazes de compreender as coisas criadas (objeto das primeiras quatro perguntas), muito menos o próprio Criador (objeto da quinta pergunta). 5. O salmista pede que o Senhor afaste dele a falsidade e a mentira, e que não lhe dê nem a pobreza nem a riqueza. Ele pede isso para ter um relacionamento sólido com Deus, para que nunca se afaste dEle por causa das circunstâncias extremas da vida. 6. Maldição e morte. 7. Até as coisas simples no comportamento dos animais e nas atividades dos seres humanos envolvem mistérios. 8. O autor fala de quatro criaturas pequenas (formigas, coelhos, gafanhotos e lagartixas) cujo comportamento era motivo de admiração para ele.
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